Foto: Fabíola Lourenço ♥ |
Aquele tapa na cara. De rever conceitos e mudar de ideia, mesmo que você não queira.
Uma vida inteira afirmando piamente suas ideias, suas certezas, sua realidade. Mas, de repente, um puxão de tapete, uma desequilibrada, uma turbulência que vem quando a gente menos espera. E tudo vira de cabeça pra baixo. O que era certeza, já não faz mais tanto sentido. O que era impossível é, inacreditavelmente, tudo aquilo que agora está ali na sua frente.
De verdade? Pra valer? Sei lá, você decide. Pode continuar se equilibrando naquela coisa estável, só que talvez meio desconfortável e escorregadio. Mas, olha, aviso logo que vai precisar de muita força e concentração, porque não é nada fácil. Porque agora tudo o que era irreal passou a ser de verdade, e o supérfluo e de origem duvidosa passou a ser necessário.
E tudo isso porque as marés mudaram e a estabilidade agora está do outro lado. Na verdade, vou-te ser sincero: nem é estabilidade de verdade, mas é um balanço gostoso e que acalenta. Fácil de se acostumar. E, uma vez que se pisa ali, é quase certo não querer mais ficar na monotonia de antes. Onde tudo o que era certo, rígido e plano agora é tedioso e sem graça. De repente você se vicia nos balanços, nas curvas, nos pequenos e delicados detalhes.
Há quem prefira a certeza da rigidez. Dos pontos finais. Do horizonte plano. Mas também existe certo tipo de aventureiro que não troca as reticências, pontos de exclamação, as curvas e os desníveis por nada. Vale tanto a pena a certeza da monotonia quando se pode ter picos de adrenalina, descobertas e histórias para contar?
A escolha é toda sua. Só não fique se esticando na ponta dos pés para tentar ver o que tem do outro lado. Pode muito bem dar medo da instabilidade e das curvas. Arrisque um pouco fora da zona de conforto e vai lá, sentir na pele. Se não gostar, tudo bem, volta! Mas, caso contrário, fica por lá e colhe as emoções das aventuras (ou mesmo desventuras). Talvez valha a pena.